domingo, 17 de outubro de 2010

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua origem, ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender.
E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto.
A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta."

Nelson Mandela


quinta-feira, 30 de setembro de 2010



                                                                       Shakti Gawain

A Socialização

Como temos estudado, só poderemos compreender verdadeiramente o ser humano e o seu comportamento, tendo em conta a dimensão social (e cultural) da sua existência. Assim, temos que destacar este fato: a nossa condição de seres humanos depende de outros importantes fatores, para além da herança genética e biológica.
Lucien Malson, no seu livro "As Crianças Selvagens", diz-nos o seguinte: "Será preciso admitir que os homens não são homens fora do ambiente social, visto que aquilo que consideramos ser próprio deles, como o riso ou o sorriso, jamais ilumina o rosto das crianças isoladas."
Depois de termos visto que as nossas emoções têm um papel extremamente importante nas decisões que tomamos, estando assim ultrapassada a ideia de que razão e emoção existem separadamente; considerando, portanto, que o nosso comportamento reflete decisões tomadas com base nas emoções que sentimos, importa também ter em atenção que as nossas próprias emoções não são independentes do contexto social em que vivemos e onde nos desenvolvemos. Quer dizer, a sociedade (e todo o nosso processo de socialização) condiciona as nossas emoções.

Este é mais um importante aspecto a considerar relativamente ao ser humano: ele possui o que podemos designar como "um cérebro social".
É esse interessante e inegável fato que nos é apresentado nesta pequena entrevista:

domingo, 26 de setembro de 2010

Inteligências Múltiplas

HOWARD GARDNER

Psicólogo americano. Professor de Cognição e Educação e co-diretor do Projeto Zero, na Universidade de Harvard; Professor adjunto de Neurologia na Universidade de Boston; Principais áreas de estudo: Psicologia Cognitiva e do Desenvolvimento, Psicometria e Neurologia; Autor de inúmeros livros. Entre eles, estão: Estruturas da Mente (1983) e Inteligências: um conceito reformulado (2000).

CONCEITO DE INTELIGÊNCIA

Etimologia: 
Origem do latim: inter = entre e eligere = escolher. Significa capacidade de fazer escolhas entre duas ou mais situações.

A capacidade cerebral pela qual conseguimos penetrar na compreensão das coisas escolhendo o melhor caminho.

Conceito de Gardner (2000):
Potencial biopsicológico para processar informações que pode ser ativado num cenário cultural para solucionar problemas ou criar produtos que sejam valorizados numa cultura.

ATIVADORES E DESATIVADORES DAS INTELIGÊNCIAS

*      Acesso a recursos ou mentores;
*      Fatores histórico-culturais;
*      Fatores geográficos;
*      Fatores familiares;
*      Fatores situacionais.

PONTOS CENTRAIS DA TEORIA

1.    Toda pessoa possui todas as nove inteligências;
2.    A maioria das pessoas pode desenvolver cada inteligência num nível adequado de competência, desde que recebam estímulo, enriquecimento e instrução;
3.    As inteligências normalmente funcionam em rede;
4.    Existem maneiras de ser inteligente em cada categoria de inteligências.

STATUS DAS INTELIGÊNCIAS

- Inteligências em latência (adormecidas) – precisam sofrer estímulos, através das inteligências despertas.
- Inteligências em desenvolvimento ou em expansão – precisam de atividades que despertem todas as habilidades correlatas.
-  Inteligências despertas ou totalmente despertas – precisam de atividades que promovam sua manutenção


INTELIGÊNCIA LINGUÍSTICA

Consiste na capacidade de pensar com palavras e de usar a linguagem para expressar e avaliar significados complexos. Facilidade para falar, habilidade para usar a linguagem, conversar, transmitir idéias, contar histórias ou para relatar experiências vividas.

INTELIGÊNCIA LÓGICO-MATEMÁTICA

Possibilita calcular, quantificar, considerar proposições e hipóteses e realizar operações matemáticas complexas. Cientistas, matemáticos, contadores, engenheiros e programadores de computação demonstram forte inteligência lógico-matemática.

INTELIGÊNCIA ESPACIAL

Instiga a capacidade de pensar de maneiras tridimensionais, como fazem navegadores, pilotos, escultores, pintores e arquitetos. Permite que a pessoa perceba as imagens externas e internas, recrie, transforme ou modifique as imagens, movimente a si mesma e aos objetos através do espaço e produza ou decodifique informações gráficas.

INTELIGÊNCIA CORPORAL-CINESTÉSICO

Permite que a pessoa manipule objetos e sintonize habilidades físicas. Nas sociedades ocidentais, as habilidades físicas não são tão valorizadas quanto as cognitivas, embora em outros lugares a capacidade de usar o corpo seja uma necessidade para a sobrevivência e também uma característica importante de muitos papéis de prestígio.

INTELIGÊNCIA MUSICAL

É evidente em indivíduos que possuem uma sensibilidade para a entoação, a melodia, o ritmo e o tom. Compositores, maestros, instrumentistas, críticos musicais, fabricantes de instrumentos e também ouvintes sensíveis demonstram  essa inteligência.

INTELIGÊNCIA INTRAPESSOAL

Refere-se à capacidade de construir uma percepção acurada de si mesmo para usar esse conhecimento no planejamento e no direcionamento de sua vida. Alguns indivíduos com forte inteligência intrapessoal especializam-se como teólogos, psicólogos e filósofos.

INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL

É a capacidade de compreender as outras pessoas e interagir efetivamente com elas. É evidente em professores bem-sucedidos, assistentes sociais, psicólogos, atores ou políticos.

INTELIGÊNCIA NATURALISTA

Consiste em observar padrões na natureza, identificando e classificando objetos e compreendendo os sistemas naturais e aqueles criados pelo homem. Incluem-se entre os naturalistas qualificados fazendeiros, botânicos, caçadores, ecologistas e paisagistas.

INTELIGÊNCIA EXISTENCIAL

Capacidade de se situar em relação aos limites mais extremos do cosmos. Saber situar-se em relação a elementos da condição humana como o significado da vida, o sentido da morte, o destino final dos mundos físico e psicológico e experiências profundas como o amor de outra pessoa ou a total imersão numa obra de arte.



PARA REFLETIR...

Temos o dever moral de viver economizando os nossos erros.
Ser humano é buscar saber não mais ser omisso, preguiçoso e/ou irresponsável, para consigo mesmo, para com seus semelhantes e para com a vida, portanto, para com Deus.
A transformação se pratica.
Quem quer mais deve fazer mais do que faz.
Precisamos viver mais suando que chorando.
Geralmente são os que nunca caminharam para dentro de si mesmos que criticam, acusam, julgam, condenam e castigam os que assim procederam.
É nosso dever moral ser e estar feliz a ponto de fazer com que todos que se aproximam de nós assim se tornem e mantenham-se.


A fábula do Porco-Espinho




Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram juntar-se em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos e justamente os que ofereciam mais calor...
Por isso decidiram afastar-se uns dos outros mas voltaram a morrer congelados! Precisavam fazer uma escolha: ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros. 
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. 
Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. 
E assim sobreviveram!


Moral da História 

O melhor do relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e a admirar suas qualidades.

Reflexões acerca da importância das Relações Interpessoais na Gestão Educacional

Nos dias atuais, as mudanças ocorrem numa velocidade acelerada, aumentando a competição entre as pessoas e as empresas. Deste movimento, surge a necessidade de desenvolver um novo estilo de gestão, voltado para o trabalho em equipe e o desenvolvimento das pessoas.
Dentre as tantas inteligências que uma pessoa possui, a relação interpessoal é uma de grande destaque, pois é a forma como o indivíduo lida com o seu meio social, seja na família, na escola ou no trabalho.
Relacionar-se é dar e receber ao mesmo tempo, é abrir-se para o novo. Os relacionamentos interpessoais dependerão das realizações e satisfações das necessidades individuais. As pessoas são produtos do meio em que vivem, têm emoções, sentimentos e agem de acordo com o conjunto que as cercam seja o espaço físico ou social; e para tanto, há que se aperfeiçoar a arte do diálogo.
A Teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner (1985), considera que o ser humano possui diversas capacidades diferenciadas, e vem expandindo a forma de avaliar e desenvolver o potencial de cada pessoa.
Examinando de uma perspectiva evolutiva, faz mais sentido conceituar os seres humanos como possuidores de diversas faculdades mentais. Gardner identificou as inteligências linguística, lógico-matemática, espacial, musical, cinestésica, interpessoal e intrapessoal. Ele postula que essas competências intelectuais são relativamente independentes, têm sua origem e limites genéticos próprios e dispõem de seus processos cognitivos. Segundo ele, os seres humanos dispõem, em graus variados, de cada uma das inteligências e maneiras diferentes com que elas se combinam e organizam e se utilizam dessas capacidades intelectuais para resolver problemas e criar produtos. Gardner ressalta que, embora estas inteligências sejam, até certo ponto, independentes uma das outras, elas raramente funcionam isoladamente.
A inteligência interpessoal, opera baseada no relacionamento interpessoal e na comunicação. Envolve a habilidade de trabalhar cooperativamente com outros num grupo e a habilidade de comunicação verbal e não-verbal, sendo ela uma característica da personalidade.
Como um traço da personalidade, a habilidade interpessoal deve ser desenvolvida e aprimorada sempre, para auxiliar nas relações e na melhoria da qualidade de vida, já que os seres humanos são dependentes uns dos outros e precisam conviver em sociedade. O indivíduo cresce em sociedade, mas não perde a sua individualidade, e é essa individualidade que precisa ser compreendida e aceita para uma boa convivência dentro de um grupo social.
De acordo com Rogers (1987) as relações interpessoais podem ser melhoradas através de um processo de aprendizado sobre a forma de nos comunicarmos uns com os outros. Uma comunicação eficaz pode proporcionar um ambiente facilitador, que propicie uma atmosfera segura para que os interlocutores se expressem com clareza e objetividade.
Nesse contexto se insere o papel do Gestor. A presença de um líder é indispensável na vida de uma equipe  e por este motivo este deve ser democrático, aberto, inovador e flexível. Deve demonstrar desejo de aprender,  receber auxílio das pessoas e conhecer os valores da equipe que lhe foi confiada. O gestor precisa, acima de tudo, fomentar a comunicação e o diálogo dentro da instituição em prol de um ambiente acolhedor e facilitador de aprendizagem.
A escola hoje é vista como instância de desenvolvimento de relações humanas. Ela precisa sensibilizar a geração que vem nascendo no século XXI, para a necessidade da convivência desarmada, negociada, baseada no diálogo, aceitando divergências, livrando-se da intolerância preconceituosa e apresentando uma visão não-comportamentalizada da realidade. Educar para a cidadania significa educar pessoas capazes de conviver, comunicar e dialogar num mundo interativo, dentro da perspectiva onde as pessoas reconhecem a interdependência dos processos individuais e dos processos coletivos.
O gestor educacional, grande articulador da escola, deve esforçar-se por criar canais adequados de comunicação e interação, e garantir o alcance dos objetivos da escola, mantendo um bom clima entre as pessoas que fazem parte da comunidade escolar e local.
O gestor precisa desenvolver cada vez mais a inteligência interpessoal para auxiliar no seu papel de articulador de conflitos, com atitudes que evidenciem a  integração entre as pessoas em dimensões políticas, pedagógicas e administrativas.
escola é um espaço social que resulta da interação de agentes individuais composta por uma  rede de grupos culturais diferentes  que se interage de forma sincrônica dentro do espaço e do tempo escolar. Todo indivíduo tem sua cultura independente da vida escolar. Essa multiplicidade de culturas exige um trabalho de articulação e integração para que ações individuais contribuam efetivamente na consecução dos objetivos pedagógicos da escola. 
A boa comunicação e interação entre as pessoas dentro da instituição educacional tornam o ambiente saudável e prazeroso, por isso é necessário desenvolver atividades que favoreçam o melhoramento das relações interpessoais dentro da escola, para se obter a qualidade do trabalho e, consequentemente, de vida para todos os envolvidos no processo educacional.
Um dos maiores desafios dos gestores é administrar os conflitos interpessoais que insistem em ocorrer nos ambientes de trabalho. Mas, ao contrário do que muitos pensam, esses conflitos podem ser uma demonstração da competência dos membros de uma equipe. Pessoas medíocres se acomodam e criam uma falsa atmosfera de harmonia.
Sabemos que não é uma tarefa simples o manejo adequado das relações; porém, um tratamento correto dispensado durante as situações de conflito é essencial para as pessoas e as organizações, pois elas podem se tornar intensas fontes geradoras de mudanças. Das negociações entre as partes envolvidas podem nascer grandes oportunidades de crescimento para todos.